Cerrado Galeria participa da 14ª edição da ArtRio
Participamos da 14ª edição da ArtRio, Feira de Arte do Rio de Janeiro, que ocorreu entre os dias 25 e 29 de setembro de 2024, na Marina da Glória, no Rio de Janeiro. Sob a curadoria de Divino Sobral, diretor artístico da Cerrado, apresentamos obras de Estêvão Parreiras, Manuela Costa Silva, Miriam Inez da Silva e Paulo Pires. Tais artistas, desenvolveram técnicas e linguagens distintas ao longo de suas carreiras, engajando-se com a figuração e revisitando códigos representacionais das artes erudita e popular.
Nascida em 1937 em Trindade, Goiás, Miriam Inez da Silva desenvolveu sua formação artística em Goiânia e no Rio de Janeiro, cidade onde construiu sua carreira e viveu até seu falecimento em 1996. Iniciou sua produção com xilogravuras que demonstravam erudição e fortes traços expressionistas. Em um segundo momento se voltou para a pintura, inspirada nos ex-votos que conheceu na Igreja do Divino Pai Eterno, em sua cidade natal. As obras que reunimos para a ArtRio focam no amor e nos relacionamentos afetivos, refletindo características marcantes de sua poética, como a distorção da crônica cotidiana, o fundo branco que destaca as cenas, molduras de madeira pintadas, personagens com maquiagem exagerada e uma busca pela superação do real.
Manuela Costa Silva, artista contemporânea goiana, transita entre desenho, pintura e cerâmica, explorando uma diversidade de categorias e materiais. Sua produção se destaca pela profundidade das questões levantadas e pela capacidade de instigar a reflexão no espectador. A criação de Manuela é marcada por uma complexa rede simbólica, manifestando-se em figuras enigmáticas e temas densos iluminados pela luz noturna para revelar as nuances da alma humana. Suas obras criam cenários oníricos que remetem a mitos arcaicos e investigam simbologias femininas, impregnada de melancolia, que reflete sobre a transformação e os processos da vida.
Além dos trabalhos de Manuela Costa Silva e de Miriam Inez da Silva , estiveram presentes em nosso estande, uma seleção de obras de Estêvão Parreiras e Paulo Pires, cujas produções abordam a matéria de diferentes maneiras: Paulo Pires trabalha com a matéria bruta ao realizar suas esculturas em arenito; Estêvão Parreiras opera a partir matéria domesticada pela história – papel, marcadores e tinta – para criar seus desenhos.
Estêvão Parreiras é natural de Minas Gerais (MG) e vive desde a infância em Goiânia (GO). Seu imaginário foi formado em torno da iconografia do catolicismo, das narrativas milagrosas e do contato com as artes sacra e popular, que são revigoradas por sua imaginação fértil, capaz de atualizar aspectos destas tradições. Por meio do desenho, o artista desenvolve suas narrativas fantasiosas em torno de uma figura masculina, ora representada por um jovem, ora por membros do corpo semelhantes a peças votivas feitas de cera.
A gravidade influencia as esculturas do mato-grossense Paulo Pires. Sua obra se conecta com a tradição da escultura ancestral, através da transformação do material, criando uma ordem simbólica com ressonância coletiva. Usando pedra de arenito de Rondonópolis e Pedra Preta, ele compõe formas que ressaltam volume, peso e massa, refletindo uma poética dura, seca, mas essencialmente humanista. As figuras geradas das pedras, que aparecem como casais em cenas amorosas ou aglomerados humanos em movimento, evocam a mesma família estética da obra Criação da vida (2004) do carnavalesco Paulo Barros. O principal objetivo de Paulo Pires é dar vida à pedra.
ArtRio
Marina da Glória
Avenida Infante Dom Henrique
Glória, Rio de Janeiro / RJ
Estande BC2
25–29 setembro
14h às 21h
We will be participating in the 14th edition of ArtRio, the Rio de Janeiro Art Fair, which takes place between 25 and 29 September 2024 at Marina da Glória in Rio de Janeiro. Under the curatorship of Divino Sobral, Cerrado’s artistic director, we will present works by Estêvão Parreiras, Manuela Costa Silva, Miriam Inez da Silva and Paulo Pires. These artists have developed different techniques and languages throughout their careers, engaging with figuration and revisiting representational codes from the erudite and popular arts.
Born in 1937 in Trindade, Goiás, Miriam Inez da Silva developed her artistic training in Goiânia and Rio de Janeiro, the city where she built her career and lived until her death in 1996. She began her work with woodcuts that showed erudition and strong expressionist traits. She then turned to painting, inspired by the ex-votos she saw in the Church of the Divine Eternal Father in her hometown. The works we’ve gathered for ArtRio focus on love and emotional relationships, reflecting the striking characteristics of her poetics, such as the distortion of the everyday chronicle, the white background that highlights the scenes, painted wooden frames, characters with exaggerated make-up and a quest to overcome the real.
Manuela Costa Silva, a contemporary artist from Goiás, moves between drawing, painting and ceramics, exploring a variety of categories and materials. Her work stands out for the depth of the issues raised and for its ability to instigate reflection in the viewer. Manuela’s creation is marked by a complex symbolic network, manifesting itself in enigmatic figures and dense themes illuminated by night light to reveal the nuances of the human soul. Her works create dreamlike scenarios that hark back to archaic myths and investigate feminine symbolism, imbued with melancholy, which reflects on transformation and the processes of life.
As well as works by Manuela Costa Silva and Miriam Inez da Silva, our stand will also feature a selection of works by Estêvão Parreiras and Paulo Pires, whose productions approach matter in different ways: Paulo Pires works with raw material when making his sandstone sculptures; Estêvão Parreiras works with matter domesticated by history – paper, markers and ink – to create his drawings.
Estêvão Parreiras was born in Minas Gerais (MG) and has lived in Goiânia (GO) since childhood. His imagination was formed around the iconography of Catholicism, miraculous narratives and contact with the sacred and popular arts, which are reinvigorated by his fertile imagination, capable of updating aspects of these traditions. Through drawing, the artist develops his fantastical narratives around a male figure, sometimes represented by a young man, sometimes by body parts similar to votive pieces made of wax.
Gravity influences the sculptures of Mato Grosso’s Paulo Pires. His work connects with the tradition of ancestral sculpture through the transformation of material, creating a symbolic order with collective resonance. Using sandstone from Rondonópolis and Pedra Preta, he composes forms that emphasise volume, weight and mass, reflecting a hard, dry but essentially humanist poetics. The figures generated from the stones, which appear as couples in love scenes or human agglomerations in movement, evoke the same aesthetic family as the work Criação da vida (2004) by carnival designer Paulo Barros. Paulo Pires’ main objective is to bring the stone to life.
The works of Estêvão Parreiras and Paulo Pires, as well as those of Manuela Costa Silva and Miriam Inez da Silva, can be seen at our stand at ArtRio between 25 and 29 September at Marina da Glória in Rio de Janeiro.
We look forward to your visit!
ArtRio
Marina da Glória
Infante Dom Henrique Avenue
Glória, Rio de Janeiro / RJ
Stand BC2
25-29 September
2pm to 9pm