Menu

Moacir

BIO

Recolhido no interior do Brasil profundo, Moacir foi autor de uma obra singular, fantástica e desconcertante, enquanto reveladora das forças do inconsciente, foi criador de um imaginário delirante que funde o sagrado com o profano, o humano com fauna e com a flora, tratando de maneira insólita a sexualidade e a violência, e criando uma cosmogonia complexa na qual natureza e cultura se fundem de maneira surpreendente.

Moacir Soares de Faria – que atendia também pelo apelido de Nô – nasceu em 1954, na Vila de São Jorge, distrito do município de Alto Paraíso/GO, onde faleceu em 2025. Homem de origem quilombola e habitante do cerrado da Chapada dos Veadeiros, antes de ser reconhecido como artista, ganhou a vida como mineiro explorando minério de quartzo. Após passar por um surto quando criança, viveu muitos anos com a cabeça coberta e ausente do contato social. Começou desenhando sobre as rochas da paisagem, até que lhe chegaram materiais artísticos. Nos últimos anos da década de 1980 já tinha criado seu repertório e sua técnica, e por de mais de trinta anos desenvolveu extensa produção artística empregando, sobretudo, giz de cera sobre papel, embora tenha também pintado telas e realizado esculturas.

As obras criadas por Moacir se destacam pelo imaginário ímpar e pela fatura orientada pelo gesto firme e ritmado, pela cor intensa e vibrante, pela moldura realizada no próprio desenho, e por suas figuras caracterizadas pela intensa expressão facial e pela marcada linha de contorno.

A produção de Moacir teve sua primeira exibição em 1991, apresentado ao circuito artístico goiano na exposição Novos Valores promovida pela Fundação Jaime Câmara, Goiânia/GO. Chamou atenção nacional com o lançamento, em 2005, do premiado documentário Moacir: arte bruta, do cineasta Walter Carvalho. Seus desenhos foram exibidos em mostras importantes, como Caos e efeito, realizada em 2012 pelo Itaú Cultural, São Paulo/SP, e na exposição Histórias da sexualidade, realizada, em 2017, pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP), São Paulo/SP. O artista estampou, durante mais de duas décadas, os cartazes do Festival das Culturas Tradicionais da Chapa dos Veadeiros, realizado na Vila de São Jorge, e expressiva quantidade de seus desenhos integram o acervo do Centro Cultural UFG, em Goiânia/GO.

OBRAS DO ARTISTA

Sem título, s.d.

técnica mista sobre papel
33 x 45 cm

Sem título, s.d.

técnica mista sobre papel
33 x 45 cm

Sem título, s.d.

técnica mista sobre papel
33 x 45 cm

Sem título, s.d.

técnica mista sobre papel
33 x 45 cm

Sem título, s.d.

técnica mista sobre papel
67 x 50 cm